Tem alguma coisa em você? Teve! Desde a primeira vez, o primeiro dia, o primeiro segundo. Foi como se um furacão inundasse uma ilha parada e sem movimento, foi assim que você chegou. Devagar, sem pressa alguma, em silêncio e sagaz. Digo sagaz pela leveza que você mostrou ter em tantos momentos que ninguém se deu ao menos o trabalho de parar para entender. Foi diferente, foi intenso, foi você. "Tem alguma coisa em você que me é tão familiar, algo que me pegou". Essa música define muita coisa.
Sabe as direções? Elas mudam o tempo todo. E nem sempre isso é uma coisa ruim — tudo depende de você gostar ou não de novos desafios. Eu costumava ter medo de mudanças: de rotina, de vida, de pessoas. Mas acho que isso, de um tempo para cá, mudou. E, dependendo do que seja, me sinto bem com essas novas transformações. Pessoas entram e saem das nossas vidas, e logo eu — que nunca permito que ninguém me acesse — estou permitindo. E isso me faz bem.
Eu me perdi de mim a algum tempo e talvez essa seja uma desculpa para eu tentar me convencer de que me deixei em segundo plano quando se trata da vida e dos sonhos. Eu costumava sonhar, mesmo com a infância que tive, com a adolescência que tive e com todo o resto que compõe a minha vida, mas eu não costumava desistir fácil, e hoje nem sei se estou tentando. Talvez esteja perdida ou no caminho que eu realmente deveria estar? Não sei dizer.
Foi um ano intenso. 2023 foi o ano mais louco até agora, e digo isso sem medo de errar. Minha vida tomou tantos rumos diferentes do que eu esperava que se estou agora voltando a escrever quase quatro anos depois é porque digo sem medo de errar, algo saiu muito da rota que me fez voltar. A minha vida inteira eu escrevi para me aliviar, e hoje não é diferente. Aos meus antigos leitores se ainda estiverem por aqui, talvez eu esteja de volta e vou contar um pouco de como estão as coisas para vocês.
