24 maio, 2013

Era feliz e não sabia.


Oi, tudo bem? Bom por fora eu estou aparentemente bem, quando me perguntam como estou eu digo que eu estou bem, até porque são poucas as pessoas que realmente se importam em saber. Há dias atrás eu era apenas uma garotinha de 11 anos, que não tinha nenhuma noção de vida, nenhuma noção do que era amar, eu era apenas uma criança inocente com uma boneca, uma casinha de Barbie e alguns outros brinquedos, minhas “amigas” vinham quase todos os dias brincar comigo, hoje já não sei onde moram, uma eu sei que se mudou para São Paulo há mais de um ano, a outra foi embora e nem se despediu de mim. Por um lado eu entendo, mas por outro eu fico triste, pois ela se dizia minha amiga e nem me procurou para dar alguma explicação, mas isso não importa mais, com esse tipo de atitude eu vejo quem são os verdadeiros amigos. 

Minha infância era muito boa, eu se quer tinha consciência do que era sentir algo de verdade por alguém, os anos se passaram e eu cresci, agora com 17 anos, já passei por várias situações, brigas na escola, brigas em casa, vários tipos de bullyng, preconceito, desilusões tanto de amizades quanto amorosas. Há algum tempo já, sou apaixonada por um cara que sequer sabe que eu existo, eu sei muita coisa sobre ele, mas nem sabe quem sou, acompanho seu dia-a-dia, vejo fotos, vídeos, sinto um amor que é totalmente impossível, além de que ele mora em outro país, ele é famoso, tem milhares de fãs e nunca veio ao Brasil. Muitas pessoas me criticam por eu gostar dele, por eu “perder” tempo com ele, porém poucas me perguntam o porquê de eu gostar tanto dele, o verdadeiro sentido de eu gostar tanto, é que apesar de ele não me conhecer, não saber quem eu sou, eu sei quem ele é e sei quem ele não é, e por mais que nem um “oi” ele me diga, ele me faz muito mais feliz do que as pessoas que estão a minha volta.

Antes de criticar alguém as pessoas tem que perguntar o que realmente isso importa para a pessoa. Mas não quero me estender nesse assunto. Quando eu tinha 14 anos eu saí da minha cidade natal, fui morar em um lugar totalmente diferente do que eu estava acostumada, um lugar onde eu aprendi muita coisa, onde experimentei coisas boas e ruins, onde tive momentos que irão ficar guardados para sempre. Com 15 anos eu comecei a ouvir rock, gostei das músicas, me informei sobre o estilo e comecei a usar roupas mais adequadas ao estilo, sem o apoio de quase ninguém, vieram várias pessoas me criticar, dizer que ”rock é coisa do demônio”, “rock não é de Deus”, ”rock é isso”, “rock é aquilo”, enfim milhares de frases sem nexo. Músicas de rock expressam alguns sentimentos que só quem realmente se interessa em saber sabe o que realmente significam, muitas músicas tem muito mais sentido do que algumas outras que se não levam a orgia, levam a pensar que a mulher deve ser tratada como lixo. As pessoas hoje em dia não procuram entender o que realmente as músicas tem a nos dizer. 

Mas e comigo, tudo bem? Bom comigo está mais ou menos, sei que muitos nem se importam, mesmo assim irei dizer. Ultimamente as pessoas tem se distanciado de mim, as pessoas só buscam quando é do interesse delas, me criticam, mas não sabem o que eu passo, só sabem meu nome e muito mal. Há tempos que eu não recebo um abraço verdadeiro, um amor de verdade, ultimamente as pessoas se ajudam pisando em qualquer um que seja, sem se importar com o que elas sentem, apenas para se darem bem na vida, enquanto os honestos e certinhos se ferram estudando e trabalhando e lá no final não recebem nenhum valor daquilo que ele faz de melhor. O mundo hoje estão muito alienadas, a mídia faz a cabeça delas, mostrando um padrão de vida, um padrão de beleza que as pessoas devem seguir por que segundo o que eles mostram é com aquilo que as pessoas vão ser felizes.

 Assim, influenciadas, as pessoas se tornam perfeitas por fora e mortas por dentro. O verdadeiro valor da vida não está em um tipo de roupa específico, um jeito de ser, obrigatório a ser seguido por todos, mas sim no carinho, no amor, na amizade, no caráter e naquilo que realmente nos faz feliz. De que adianta ser feliz, ser certinho para os outros e para você, ser algo ‘obrigado’, algo que não  te faz bem e que faz bem para os outros? Não podemos nos deixar levar, seguir o padrão da sociedade e ignorando os nossos sentimentos. Precisamos nos importar com nós mesmos. Quando estamos tristes, o que precisamos é de um abraço, de um ombro amigo. Tenho saudade dos meus 11 anos, que eu era amada pelos meus pais e parentes e não me importava com o que falavam, não tinha a mínima noção do que era a vida e no final, eu era feliz e não sabia. Mas as coisas mudaram, e hoje eu continuo aqui.

( May Broeryng )

Texto feito por uma leitora, que nos enviou para nosso e-mail. Mande você também seu texto para meu e-mail : lopesjenyffer98@hotmail.com


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