Já havia passado por uma dessas tempestades ocultas quando conheci um garoto e passei a amá-lo. Coisa de gente louca, mas foi mais ou menos assim. Ás lágrimas que eu derramei pareciam a chuva que caia, os meus gritos pareciam os trovões, e o meu piscar de olhos todas as noites sem conseguir dormir pareciam os relâmpagos. Tudo se associa quando você para pra pensar. Liguei a rádio. Ás músicas me lembravam meu tempo de criança, foi um tempo bom onde eu sabia sorrir de verdade, hoje tudo não passa de uma farsa.
Eu amava aquelas músicas. Dancei diversas vezes com minhas amigas de infância, mas a gente vai crescendo e acaba tomando distância. A tempestade estava se acalmando, mas sabe, dias assim me aliviam a alma. Pode parecer estranho, mas assim eu não me sinto sozinha comigo mesma, sinto como se tivesse alguém perto de mim falando comigo, é uma forma de não me sentir tão solitária. Dias assim me lembram do meu primeiro amor, que babaca eu fui um dia, mas cada um tem seu momento, né ?
Agora, eu peço pra que a tempestade não acabe nem tão cedo. Os ventos conversam comigo, a chuva virou minha música favorita e a luz dos relâmpados me fazem bem. Alguns sempre me dizem que estou ficando louca, mas, talvez sim. Não ligo muito para o que dizem. Enfim, agora irei voltar a dormir. Tudo já se acalmou, tudo já se foi, mas as lembranças do meu primeiro amor não saíram de mim. Tempestade, lavou minha alma, mas me trouxe as lembranças que mais quis esquecer. Assim são meus dias, repletos de tempestades.
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